Wednesday, November 29, 2006

você mata uma e vem outra em meu lugar

Mosca Na Sopa

Eu sou a mosca que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar

Eu sou a mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto a zumbizar

E não adianta vir me detetizar
Pois nem o DDT pode assim me exterminar
Porque você mata uma e vem outra em meu lugar
Eu sou a mosca que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar

Atenção, eu sou a mosca
A grande mosca
A mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto
A zum-zum-zumbizar
Observando e abusando
Olha do outro lado agora
Eu tô sempre junto de você
Água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura
Quem, quem é?
A mosca, meu irmão
Eu sou a mosca que posou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar

E não adianta vir me detetizar
Pois nem o DDT pode assim me exterminar
Porque você mata uma e vem outra em meu lugar
Eu sou a mosca que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto a zumbizar
Mas eu sou a mosca que pousou em sua sopa


(Raul Seixas)


Hoje foi um dia deveras interessante.
Conhecer pessoas novas, transportar-se a um outro mundo, diferente do meu limitadinho, são coisas que sempre me foram muito aprazíveis.
Fui ao show do Lenine no Vivo Rio. Sou apaixonada por ele, a ponto de agarrá-lo e tudo quando o vi no Ballroom, curtindo uma roda de samba, todo na dele... rs...
Sua apresentação hoje deixou a desejar, eu achei. Ele entrou no palco às 2h da manhã, ficou pouco, não teve bis, não cantou nem "do it" (se pediu, agüenta). Pena.
A grande surpresa da noite veio de um AfroReggae indiscutivelmente inspirado. Viajei em passado, presente e futuro, vida pessoal e projetos sociais.
A mosca na sopa era eu, era o menino de rua. A mosca na sopa era a favela e a periferia. A mosca na sopa era janeiro. A mosca na sopa é o agora. A mosca na sopa voou longe pra perturbar um sono que ninguém perturba.
Com imagens impactantes como cenário, intercaladas com notícias abafadas pela mídia, o grupo, ajudado ferozmente pela Globo, passaria como independente, tamanha a sinceridade das informações e das críticas à sociedade, não fossem os agradecimentos feitos repetidamente ao longo do show. "É compreensível", alguém na mesa comentou.

Vamos falar de mim? De mim? Oras. Eu queria saber falar mais de mim. Será que aos poucos conseguirei ser percebida nas pistas que eu deixo? Que deixo para quem? Quem seguiria minhas pistas?

VOCÊ MATA UMA E VEM OUTRA EM MEU LUGAR
EU SOU A MOSCA NO SEU QUARTO A ZUMBIZAR

Não conseguirei ser mais explícita do que isso.

AfroReggae me fez ter lembranças felizes do que já é triste. E eu as registro aqui, em imagem e letra.




1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

criptografado assim fica a cabo de minha imaginação pescar o que significa. parece resposta da prova de lingüística... rs...
é que ainda estou sob efeito.

8:29 PM  

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