Wednesday, February 14, 2007

Novas manhãs de domingo

Manhã de sábado. Ressaaaaaca. Saí ontem, bebi, gastei meus últimos tostões e, mais uma vez, não me diverti. Mas eu nunca desisto! Hoje tem DDK. Vou ou não vou? “Então vamos!”, respondi ao Bê pelo telefone.
Olhos bem pintados de preto, menos gordurinhas sobrando... Não é que esse papo de academia tá ficando interessante?
Rua da Carioca, Centro, Rio de Janeiro. NÃO! Isso não me lembra nada!!! “Foi aqui que ele veio falar comigo, foi ali que demos o primeiro beijo”. Nada disso! Espírito free, eu amo a festa porque eu amo a festa, e ela não me lembra nada.
E como não amar? Z1BI DO MATO, especial Depeche Mode, muitos cabeludos... E como não amar?!? Sente a seqüência: Enjoy the silence, Nem year's day e Dominion... ops! Sem qualquer relação com qualquer coisa, eu adoro Sisters... Cantava, frenética, numa redenção no maior estilo: sai desse corpo que ele não te pertence! E estava dando certo, não senti vertigem, não me senti desamparada... Senti um quase nada. Senti-me voltando de uma longa viagem. Aliás, é muito bom sair, mas é muito melhor voltar para si mesmo.
Sala de Cinema, e o pessoal do Zumbi tocando para uma galera muito boa e muito fã de verdade. Eu já tinha visto a banda tocar na Fnac da Barra há uns dois ou três anos atrás. Mas não tinha o namorado (da Ga, da Ga) e não tinha um palco tão mágico quanto o do Cine Íris. Nem preciso dizer que estava empolgadíssima. No pós show, um filme loooouco de pedra, não lembro o nome, uma espécie de star wars, uma espécie não, uma paródia mesmo, só que feita por turcos. Hilário! Não posso deixar de falar também do concurso miss DDK, com meninas semi-nuas, bem-resolvidas com suas formas físicas, encenando qualquer coisa com um carinha vestido de lobo mau. Mas elas tinham que gritar, acho que ganhava quem tivesse o grito mais estridente, acho que era isso. Kkkkkkkkkk e eu ainda teve gente que perdeu essa festa!
Enfim, acabou sendo a melhor DDK que eu já fui. Olhando assim, por um todo, claro. Juro, as músicas que eu mais amo tocaram em seqüência, pessoas muuuuuito especiais estavam presentes, e tudo estava muito, muito divertido.
As horas voaram, nem sentimos o tempo passar – eu nem dormi nas cadeiras do cine! – e o céu foi ficando bem claro. Voltamos pra casa num ônibus seqüestrado, fumando o primeiro cigarro do dia, e não era o cigarro da saudade. Finalmente me diverti, disse ao companheiro das manhãs de domingo. Sim, das minhas novas manhãs de domingo.

VIDA LOUCA

Ao desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando assim alcançar
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que só para mim
Anda o mundo concertado.

Luís Vaz de Camões