Saturday, February 13, 2010

MERA DIVERSÃO...



(Bom carnaval pra você que se ilude, que se esconde, pra você que não tem coragem, pra você que não tem vontade e bom carnaval pra você também que brinca com a sensibilidade.
Bom carnaval pra quem ri de qualquer coisa, bom carnaval pra quem ama e não é correspondido.
depois de toda essa folia a vida continua... só não se esqueça disso...
e boa sorte!)


Eu sei!
Tudo por acaso
Tudo por atraso
Mera distração...

Eu sei!
Por impaciência
Por obediência
Pura intuição...

Por qualquer poesia
Por qualquer magia
Por qualquer razão...

E eu sei!
Tudo por acaso
Tudo por atraso
Mera diversão
Mera diversão...

Qualquer dia
Qualquer hora
Tempo e direção
O futuro foi agora
Tudo é invenção...

Ninguém vai
Saber de nada
E eu sei!...

(Tudo por acaso - Lenine)

Tuesday, February 02, 2010

É CARNAVAL: TIREM AS MÁSCARAS!


Esse ano eu resolvi "não gostar de carnaval". Ultimamente estou vestindo a máscara de "minha idade já passou", "tô ficando velha", "tô tão enjoada disso tudo". Talvez tais sentimentos sejam sinceros, porque eu realmente me sinto exausta só de pensar na maratona que já está mais do que iniciada, mas esse comportamento também é um pouco de satisfação à sociedade, que quer que você mostre amadurecimento. E todos os dias nós prestamos contas com a sociedade. Todos os dias buscamos cumprir nossos papéis. Vivemos nossas vidas erguendo uma máscara atrás da outra e, por trás delas, tentamos proteger a todos, e principalmente a nós mesmos, das nossas verdades mais profundas e medonhas.
Por isso o carnaval é a festa mais querida do Brasil. O carnaval é, sempre foi e sempre será uma ótima desculpa para sermos nós mesmos. Sem vergonha de sermos felizes ou de sermos ridículos, ou de sermos loucos. A loucura é um motivo para nos envergonharmos e para sermos julgados e marginalizados. Mas nessa época do ano não, nessa época a loucura é bonita e colorida.
A alegoria carnavalesca das máscaras funciona ao avesso. Nós escondemos os rostos, mas nos despimos das nossas mentiras. Nos entregamos aos estímulos de todas as baterias, de todos os batuques, que despertam o homem primitivo e sua dança instintiva, aquele que trazemos em nossa memória por eras e eras. Nos vestimos de trapos, de cores, nos perfumamos e brilhamos, porque é isso que nós somos. No dia-a-dia é que nos fantasiamos.
Por muito tempo eu tentei ser desmascarada na vida cotidiana... Mas as coisas por aqui são cheias de regras, existe hora certa pra fingir e hora certa pra mostrar. E a sociedade impóe que na hora de mostrar, todo mundo tem que mostrar junto. Aí sim, é aceitável. Pois é, mais uma vez é chegada essa hora coletiva. Ser você está permitido. Bom carnaval!