Wednesday, June 09, 2010

Meu primeiro dia dos namorados


Sabia, gosto de você chegar assim. arrancando páginas dentro de mim.

Desde o primeiro dia. sabia, me apagando filmes geniais.

Rebobinando o século. meus velhos carnavais. minha melancolia.

Sabia que você ia trazer seus instrumentos.

Invadir minha cabeça. onde um dia tocava uma orquestra...

Sabia que ia acontecer você, um dia.

E claro que já não me valeria nada tudo o que eu sabia.

(Chico Buarque)


Às vezes é confuso dividir sua tão anormal vida com alguém. Disse ao meu namorado logo que o conheci que era muito melhor ficar solteira que namorar, e por esse motivo até hoje ele implica comigo... eu quis dizer que depois de tanto ver insucessos no amor, visto que os seres humanos são tão cheios de manias, tão complicados, eu achava mais prático cada um com seu cada qual e cada qual com sua maluquice, sua esquisitice no seu canto. Sem prejudicar ninguém!
Era o que eu pensava. E a gente sempre acha isso quando não está apaixonado. Quando não estamos apaixonados não entendemos todos os desprazeres que os apaixonados vivenciam com um sorriso no rosto. Não entendemos que, para quem está apaixonado, as coisas difíceis são mais fáceis, os riscos são prazeirosos, as demoras valem a pena, e tudo o mais que não é simples, se for pelo bem do ser amado, se for para vê-lo feliz, se for para estar junto dele, se for para um sorriso brotar em seu rosto... pronto: todos os sacrifícios são válidos!
e os defeitos do outro, a entrada do outro em todos os cantinhos da sua vida (coisa que, outrora, dava pânico só de pensar!), é tudo bem vindo! Aliás quanto mais aquele que você ama invade e devassa sua vida, melhor.
Conclusão: que coisa estranha é o amor. Que muda tudo e ainda deixa tudo com aquela cara de "mas sempre te amei, sempre foi assim, sempre estivemos juntos". Eu sei que tudo mudou na minha vida desde que me apaixonei, mas, ora bolas, parece que sempre tive ele aqui comigo, em meu coração, e nossa convivência parece vinda de outras vidas! É isso que faz o amor, essa confusão entre tempo, vida, passado, presente, eu, tu, nós, nosso futuro... É alucinógeno, esse tal de amor.
Mas pejoratividades a parte, o amor é coisa muito séria. A aparente confusão citada não é nada, frente as mudanças que ele vai realizando, como água na pedra, como o rio que tudo leva, como o mar durante a ressaca toma conta da terra... como quem não quer nada, o amor promove em você todas as transformações necessárias.
Lamento por quem sustenta sentimentos que não agregam, sentimentos que maltratam sem ensinar, pois se trata de qualquer sentimento, não de amor.
Sorte de quem já descobriu que o amor vem fazer sua missão acontecer. Sorte de quem se deixa ser lapidado pelo amor.
Todos os dias!
Feliz dia dos namorados!