Monday, April 26, 2010

Losing my religion



"A palavra “sacrifício”, associada ao arcano XII do Tarot, é geralmente mal compreendida. As pessoas a associam a algo “ruim”, justamente porque vivemos numa sociedade que valoriza o fácil, que estimula o comportamento preguiçoso. Todavia, esta palavra nasce da união dos termos “sacro” e “ofício”, ou seja, “trabalho sagrado”. Muitas vezes nos vemos em posição de impotência e somos levados a sacrificar alguns sonhos e a entender que, por mais poderosos que sejamos, existem circunstâncias em que simplesmente nada ou pouco podemos fazer. O Homem Pendurado emerge então como carta conselheira do Tarot para este momento de sua vida, sugerindo a necessidade de cultivar a espera e entender que a impotência é, antes de tudo, uma lição de humildade" (www.personare.com.br)

Toda transformação precisa de um momento de grande esquisitice até se dar por completa e atingir seu intento, vejo isso mesmo em meu tratamento ortodôntico, onde tenho que desaprender a morder como mordo há 27 anos para morder com um novo sorriso perfeito.
Quando você começa a se questionar demais, mas além de questionar deseja mudar, deseja fazer do questionamento uma revolução, você vai se ver perdido em algum momento.
Eu tinha crenças que me foram ensinadas no berço, e outras crenças que me foram injetadas por todas as vidas, e agora quando eu começo a achar que as coisas podem ser absolutamente diferentes de tudo, me sinto angustiada, sentindo medo de estar traindo meus deuses, medo de estar me afastando dos meus anjos, medo, medo, medo... lembro que o medo é artifício vencedor de quem quer evitar as mudanças... respiro e continuo ousando.
Mas é fato que estou perdendo minha religião. Como em todos os casos em que nos livramos de algo, fica aqui dentro uma grande solidão, carência, carência de crer nas mentiras, porque as mentiras apesar de serem imorais são confortáveis, as mentiras colorem e dão sabor, eu sei disso, como boa fã de Matrix... Preferia nunca ter descoberto que Papai Noel não existia, que nas trilhas pode haver cobras, que..., que..., que... Vivi quer ser Alice!
Estou perdendo minha religião e a gente sempre pensa que precisa repor as coisas que perde, quanto mais uma religião! A gente não consegue perder e assumir: fiquei sem!
Preciso me acostumar a uma nova vida sem pedidos, sem promessas, sem jejuns, sem pecados... Para racionalmente, tentar entender os porquês.
Losing my religion! Uhuuuu!
E por falar em mentira, pra falar a verdade, o que eu tô perdendo no momento e que tá me fazendo falta pra valer é a minha mordida!

Monday, April 12, 2010

27 anos de mudanças


Sim, hoje faço 27 anos. Lembro-me de quando tudo era muito fácil e eu passava o dia a trocar roupinhas de papel de minhas bonecas. Já dizia John Lennon que "a ignorância é uma espécie de bênção". Nada mais humano do que querer se esconder da verdade, e assumir uma cegueira que ele não tem, e que não nasceu pra ter. Eu lembro do meu quarto com mil bonecas espalhadas pelo chão e penso que a ignorância é um infância colorida, lanche da tarde e tudo que você não queria nem precisava saber lá fora.
E depois é tão difícil assim entender por que um belo dia acordei e comecei a me vestir de preto e ouvir rock'n roll? Eu quis matar as minhas bonecas quando pararam de me servir os lanches da tarde.
Mas hoje eu já faço 27 anos e o velho all star, hoje ícone da moda entre os intelectuais, eu quase não uso mais, e a revolta me é algo extremamente demodè. Mas por que precisamos passar por tantas furadas pra chegar a uma inefável e também simples concepção de vida? Por que em nós, seres humanos, pensamentos trancendentes coexistem com tantas pequenezas, falhas e desordem? Onde está a explicação para tanto descaso com o mundo? Por que as pessoas chamam de loucas as que pensam além da vida comum, além de seus trabalhos, suas famílias, suas compras, suas festas, seus planos? Por que pensando em tudo isso estamos perdendo tempo e deixando de criar estratégias para passar todo mundo pra trás? ah tá, agora me lembrei porque eu fui uma adolescente cheia de grilos e revoltas, eu me assustei com os "normais", que só pensam em ser mais belos, em ter mais grana, fama, status. Ah, sim, agora me lembro o quão desprezível achei o mundo.
Mas hoje eu faço 27 anos... e o que eles acham de quem pensa diferente já não me importa mais, porque um dia todos nós pensaremos da mesma forma.
Embora às vezes pensemos que não, estamos sempre em processo de evolução. Mas esse processo pode ser controlado, agilizado, e consciente. Tomando as rédeas de sua vida, entendendo seus pensamentos, selecionando-os, você se entenderá... Devemos ser estratégicos para nós mesmos, criando maneiras de nos tornarmos pessoas melhores, pessoas mais lapidadas, pessoas mais felizes.
... porque a coisa mais importante que tenho a dizer hoje, no dia dos meus 27 anos, é que nada é mais importante do que estar em paz consigo mesmo, que é o que pode fazer de você uma pessoa feliz e conscientemente em busca de si mesmo.
Eu não me magoo por não ter mais as minhas bonecas, porque hoje eu troco as roupas da minha alma, eu me troco todos os dias com vestes melhores que as de antes. E é esse o motivo pelo qual estamos todos aqui.

Friday, April 09, 2010

Novas visões do invisível


"Todo sentimento precisa de um passado pra existir
O amor não, ele cria como por encanto um passado que nos cerca
Ele nos dá a consciência de havermos vivido anos a fio
Com alguém que há pouco era quase um estranho
Ele supre a falta de lembranças por uma espécie de mágica..."

poema de Benjamin Constant